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A ultrassonografia transvaginal tem se mostrado o método mais acessível para o diagnóstico de endometriose pélvica e o método de escolha para diferenciar endometriomas ovarianos de outros cistos ovarianos. A ultrassonografia transvaginal vem se mostrando muito útil também para identificação de focos de endometriose profunda.

Recente trabalho publicado por Abrão et al. mostrou que a ultrassonografia transvaginal apresentou sensibilidade de 98% para identificação de endometriose, acometendo o retossigmoide, e de 95% para endometriose profunda na região retrocervical, com especificidade de 100 e 98% para essas duas localizações, respectivamente. Resultados superiores, inclusive aos obtidos com a ressonância magnética, foram encontrados: sensibilidade de 83% para lesões no retossigmoide e 76% para região retro cervical, com especificidade de 98 e 68% para cada uma das duas regiões, respectivamente.

Fonte: FEMINA | Julho 2010 | vol 38 | nº 7

O Exame

O mapeamento para endometriose profunda é um exame menos invasivo realizado pela via vaginal, englobando avaliação pélvica transvaginal completa, com inclusão de estudo Doppler de vasos uterinos e ovarianos, e mapeamento de lesões compatíveis com comprometimento endometriótico profundo.

Os sítios principais da endometriose profunda são: região retrocervical (ligamentos uterossacros), vagina, intestino (reto, sigmoide, íleo e apêndice), bexiga e ureteres. As lesões de septo retovaginal são relativamente raras e também podem ser avaliadas pelos mesmos exames que se usam para retossigmoide.

Sendo necessário, poderá haver complementação com avaliação de parede abdominal (endometriomas de parede) e abdominal (avaliação de comprometimento renal – hidronefrose).

Além de ser método complementar de diagnóstico, auxilia no preparo pré-operatório com suas informações adicionais e localização dos focos da doença.

Mesmo se o exame não evidencia lesão de endometriose profunda, não podemos descartar a possibilidade de existirem focos de endometriose superficial ou peritoneal, sendo necessário, para este tipo de lesão, o complemento por videolaparoscopia (padrão ouro para avaliação de endometriose), com anatomopatológico da lesão ou biopsia.

Quem deve realizar o exame?

Pacientes com quadro clínico sugestivo de endometriose (dor pélvica, irregularidade menstrual, dor na relação sexual, cólica menstrual intensa, queixas intestinais: inchaço abdominal permanente, dor e dificuldade na evacuação, algumas vezes sangramento pelo reto no período menstrual e queixas urinárias: sangramento pela uretra, urgência miccional e disúria.

Pacientes com achados sugestivos no exame ginecológico: nódulos palpáveis ao toque, espessamentos na região posterior, dor durante a mobilização do útero.

Pacientes em investigação para infertilidade.

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por Dra. Yukari Adachi